ESTILOS DE APRENDIZAGEM E PERFIL DE ENGENHEIROS AGRÔNOMOS: UMA ANÁLISE DA GESTÃO ORGANIZACIONAL MODERNA

Autores

  • WALTER SILVA

Resumo

Sabemos que o Brasil ocupa posição de destaque no mercado mundial de produtos agropecuários, além de ser um país com enorme extensão territorial, apresentar da ampla gama de produtos agrícolas e uma grande diversidade de empresas e estruturas da produção rural. A produção agropecuária e florestal do Brasil o insere em um contexto com grandes desafios e oportunidades para desenvolvimento social e econômico sustentável que visa a garantir maior competitividade do país no mercado mundial e o bem estar das comunidades rurais. Nesse sentido, podemos dizer que a formação de recursos humanos para o agronegócio é fundamental para compreender os desafios e efetivar as oportunidades desse setor. Sobre a formação e a gestão de recursos humanos, sabemos ser ela uma das condições para manter o desenvolvimento sustentável, econômico e social do agronegócio, visto que o processo de formação de recursos humanos pressupõe profissionais qualificados para aprender e dominar novas tecnologias. Deste modo, podemos dizer que tal cenário exige profissionais do setor capazes de aprender continuamente. Portanto, torna-se relevante estudar as especificidades dessa questão no setor do agronegócio, tendo em vista a importância do agronegócio para o Brasil, no contexto nacional e internacional. O agronegócio representa 33% do Produto Interno Bruto PIB, 42% das exportações totais e 37% dos empregos brasileiros. Estima-se que o PIB do agronegócio chegue a US$ 180,2 bilhões em 2004, contra US$ 165,5 bilhões obteve no ano anterior. Entre 1998 e 2003, a taxa de crescimento do PIB agropecuário foi de 4,67% ao ano. No ano passado, as vendas externas de produtos agropecuários renderam ao Brasil US$ 36 bilhões. (MINISTERIO DA AGRICULTURA: Agricultura Brasileira em números – Anuário 2005). Considera-se que cerca de 18,2 milhões de pessoas esteja empregadas somente na produção agrícola, o que significa cerca de 26% da população economicamente ativa (PEA). Quando se analisa todo o agronegócio brasileiro, a ocupação se amplia para algo próximo de 52% da PEA, representando mais de 36 milhões pessoas empregados no setor (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA: Agronegócio Brasileiro: uma Oportunidade de Investimentos 2007). Percebemos, a partir de nossas pesquisas desenvolvimento do agronegócio brasileiro trouxe ao cenário da educação a demanda de um processo de formação profissional orientada para gestão e produção e que os profissionais que atuam no agronegócio estejam em um processo contínuo de aprendizagem. De acordo com MAXIMIANO (2006), a gestão e a formação de profissional, em um ambiente altamente competitivo têm sido apontados como um dos mais sérios desafios das organizações na atualidade. No âmbito da gestão de recursos humanos esse cenário tem levado as organizações, e profissionais a reavaliar os modelos de gestão de recursos humanos. De acordo com FELDER (1997), os indivíduos aprendem por meio de diversos processos cognitivos. Os estudantes especificamente, aprendem, vendo, ouvindo, refletindo, agindo, raciocinando logicamente, memorizando, visualizando e estabelecendo analogias, construindo modelos matemáticos, de maneira contínua, sequencial e intermitente, em saltos. E a medida de quanto um estudante aprende é determinada em função das habilidades do estudante e de sua preparação anterior e também da compatibilidade entre o seu estilo de aprendizagem e o estilo de ensino do professor. Conforme FIGUEIREDO (2007), citando o Felder e Silverman (1998), dizemos que o conceito de estilo de aprendizagem inclua como os aprendizes captam, assim como eles processam as informações recebidas. Porém, FIGUEIREDO (2007), ao citar Sarasin (1999) parece colocar menos ênfase que Felder e Silverman (1998) em como os aprendizes individuais obtêm a informação, como uma dimensão do estilo de aprendizagem. Desse modo, SARASIN, (1999) definiu estilo de aprendizagem como a preferência ou predisposição de indivíduo a perceber e processar informação em uma maneira particular ou combinação de maneiras. Dessa forma, a aprendizagem pode ser concebida, como o modo pelo qual o indivíduo percebe e processa as informações disponíveis no momento. Sob a perspectiva de SILVA (2006), compreender os diferentes estilos de aprendizagem é uma forma de disponibilizar uma ferramenta a mais no processo de gestão de recursos humanos especificamente, no recrutamento e seleção. E também pode contribuir com o aprimoramento dos diversos métodos de ensino e gestão de pessoas, de acordo, com as particularidades de estilo de aprendizagem de cada individuo. Considerando a importância do agronegócio para o Brasil e seu desenvolvimento social e econômico sustentável, pesquisas que visem a agregar conhecimento sobre a formação de recursos humanos no agronegócio são de suma importância para manter a competitividade e sustentabilidade econômica e social do agronegócio. Além disso, este estudo pode servir como base para a construção de modelos de gestão de pessoas para o agronegócio fundamentado nos estilos de aprendizagem para o recrutamento e a seleção de pessoas para o agronegócio. A partir do exposto, tem-se a seguintes perguntas de pesquisa: Primeira - A oferta de engenheiro agrônomo formados pela Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás, Campus Samambaia – Goiânia, Goiás atende ao perfil demandado pelas organizações do agronegócio no estado de Goiás? Segunda qual o estilo predominante de aprendizagem dos estudantes do curso de Engenharia Agronômica da UFG? E terceira existe alguma correlação entre estilo de aprendizagem e desempenho acadêmico nos alunos do curso de engenharia agronômica da UFG?

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Publicado

2009-04-30

Como Citar

SILVA, W. . (2009). ESTILOS DE APRENDIZAGEM E PERFIL DE ENGENHEIROS AGRÔNOMOS: UMA ANÁLISE DA GESTÃO ORGANIZACIONAL MODERNA. ENCICLOPEDIA BIOSFERA, 5(7). Recuperado de https://www.conhecer.org.br/ojs/index.php/biosfera/article/view/4864