EDUCAÇÃO ESCOLAR E QUESTÕES RACIAIS: DIFICULDADES E DILEMAS

Resumo

O Brasil é um país fortemente marcado pela diversidade cultural e racial. Entretanto, prioriza-se os valores culturais de apenas um dos grupos que historicamente integraram a formação do país, os brancos, em detrimento de outros grupos sociais, principalmente os negros, alimentando, conseqüentemente, idéias racistas. Estas idéias preconceituosas e estereotipadas têm o aparato das instituições socializadoras para ratificar e difundir, dentre elas a escola, que respaldada em textos jurídicos que a define como sendo um direito social, vem se colocando como uma instituição que prima pela igualdade, pela inclusão e pelo exercício da cidadania, porém muitos dados (inclusive oficiais) têm demonstrado a ineficácia da educação escolar nesse aspecto, perpetuando discriminação, dentre outras, em relação às questões raciais. Quando se analisa os índices de acesso, permanência e reprovação na escola nota-se que eles variam de acordo com a raça e os piores índices se dão entre os negros, fato que revela que tal instituição possui uma estrutura rígida, voltada para um “tipo ideal” de aluno, de professor e de ensino a ser seguido (baseado na razão ocidental, branca e masculina) e exclui aqueles que não se enquadram neste perfil. Assim, faz-se necessário considerar que para a efetivação de uma educação escolar de qualidade, os métodos, metodologias, propostas pedagógicas, são importantes , mas não suficientes, outras categorias como a de raça precisa ser analisada respeitando a diversidade racial e a importância de enfatizar no espaço escolar referenciais positivos de todos os grupos sociais que fizeram e fazem parte da formação nacional do povo brasileiro, objetivando “quebrar” com a estrutura eurocêntrica que tem, muitas vezes, caracterizado as escolas e excluído os alunos negros, considerados fora “do padrão ideal”.